EDUCAR COM EMOÇÃO. Por Maria Ana Ferro
Aprendemos com os nossos pais a gerir as emoções. Andamos sempre a geri-las na verdade, sendo crianças e sendo adultos. E é sobre isto que vos quero falar… A saber Educar com emoção…
Engolir o choro, a dor, a perda, a frustração. E habituamo-nos mais facilmente a aplaudir aquilo que de bom fazemos, sentimos, somos. E aceitar as emoções que são boas em detrimento das más. Essas devem ir para trás das costas, ser esquecidas. Ignoradas e depois logo se vê.
Criar uma família dá-nos muitas novas oportunidades e ver os filhos crescer é estar constantemente em contacto com o nosso eu pequenino, e dar-lhe a ele, também uma oportunidade, fazer as pazes com as quedas em silêncio, com os desgostos desvalorizados, com as dores inexistentes ou até com o amor, com a alegria, com o excitamento. Lidar com as nossas emoções ajuda-nos a compreender aquilo que somos e sentimos e treinamos a forma como passamos a lidar com todo o tipo de sentimentos.
– Não chores.
É talvez o primeiro recado que se dá ao filho que chora “por nada”. Porque para nós é nada.
– Chora, se isso te faz sentir melhor – nunca está na ponta da língua porque culturalmente não está tão presente em nós, na nossa essência e na nossa ideia de educação. Deixar as crianças sentir é dar-lhes todas as ferramentas para se entenderem cada vez melhor, sem reservas, sem medos. Dá-lhes confiança para falar e para se fazerem entender, para poderem dizer o que sentem e para os compreendermos cada vez melhor.
Sentir não faz de nós seres frágeis, faz de nós pessoas inteligentes e fortes e a família é o melhor palco das emoções. Elas estão por todo o lado. Nos filhos, nos pais, nos irmãos, nas brincadeiras, nos conflitos, nos confrontos e nas coisas boas, na saudade, no amor, no carinho. Aceitar que todos sentem à sua maneira é aceitar o outro e dar-lhe liberdade para crescer em si. Dentro e fora de casa , consigo mesmo e com os outros.
Por Maria Ana Ferro
Deixe-nos a sua opinião sobre o que acha em relação a Educar com emoção!